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Comida de Rua

  • Thiago Viana
  • 6 de nov. de 2017
  • 5 min de leitura

Praticidade, variedade, falta de tempo, bom preço. São muitos os motivos que fazem o hábito de comer fora de casa ser cada vez mais comum entre os brasileiros. Não são só os restaurantes, bares e pizzarias que faturam muito com essa tendência, vendedores ambulantes, carrinhos de pipoca, barraquinhas de cachorro-quente, de churrasquinho, traillers e food trucks, com sanduíches e hambúrgueres e pratos variados, também são muito procurados.

No centro de Juiz de Fora há inúmeras possibilidades para quem gosta, ou precisa, de comer na rua. Só na Avenida Getúlio Vargas, há quase 20 opções de comida de rua, como hambúrguer, sanduíche, macarrão na chapa, cachorro-quente, pizza, espetinho, pipoca e outras opções.

Mudança de hábitos

Vários motivos contribuem para que comer fora de casa seja cada vez mais comum. O aumento das horas trabalhadas e das possibilidades de lazer fazem com que muitas pessoas queiram gastar menos tempo se alimentando e preparando seus próprios pratos, buscando com mais frequência refeições prontas e rápidas. Muita gente tem trocado almoço ou jantar por um lanche, sobretudo quem estuda ou trabalha durante a noite, período do dia em há mais opções de comidas vendidas nas ruas da cidade.

Carro de cachorro quente e carrinho de pipoca na Getúlio

Mudanças na estrutura da sociedade brasileira também fazem com que as refeições em casa, tradição em um passado não tão distante, sejam substituídas. Com a feliz inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, em muitas casas já não existe mais a figura de uma pessoa que prepare todas as refeições para a família. Ao invés de homens e mulheres dividirem a função de cozinhar após sair do trabalho, muitos têm optado por comprar comida pronta, seja em restaurantes ou nas ruas. Outra coisa que facilita o hábito de comer fora é a variedade de opções nos locais movimentados da cidade, com lanches e petiscos variados.

A estudante de Administração de Empresas Cintia Lamy (24) prefere as facilidades de comer fora de casa: "A praticidade de poder comer algo perto da faculdade, rapidinho e sem ter que gastar tempo cozinhando são os principais motivos que me levam a comer na rua",comenta. Segundo Cintia, a variedade também pesa na hora de optar por se alimentar fora de casa. "Eu tomo o café da manhã e almoço em casa todos os dias e não me dá vontade de comer algo parecido com o que comi no almoço quando saio da faculdade, às 22h. É aí que eu acabo escolhendo lanchar. Normalmente, fico entre um hambúrguer, cachorro-quente ou sanduíche natural".

O frentista Pedro Loschi (22) trabalha seis dias por semana, entre as 14h e 22h, e também tem o costume de comer na rua, assim que sai do trabalho. "Quando dá oito, nove horas da noite eu já estou varado de fome, pensando no que eu vou comer. Quando dá a hora de eu sair do trabalho, vou direto comer algo na rua mesmo", conta o frentista.

"Quando saio do trabalho eu não estou com paciência para ir para casa e fazer comida e menos ainda esquentar o almoço. É muito mais rápido, fácil e saboroso comer algo no caminho. Eu acabo pegando um lanche com um suco ou refrigerante e aí já chego em casa tranquilo para poder descansar". Pedro Loschi, frentista

Negócio familiar

As irmãs Marta Gonçalves Neves e Daciony Gonçalves trabalham juntas de segunda à sábado, entre as 11h e 21h, vendendo pipoca, batata frita chips e pelinha. As duas - juntamente com os dois filhos de Daciony - estão no negócio há 4 anos e, apesar da queda do movimento esse ano, elas gostam de ter o próprio negócio e de trabalhar juntas. "O movimento já foi melhor. 2017 está tenso. O movimento caiu bastante, mas vamos levando e apesar disso eu gosto bastante de trabalhar aqui. Eu, minha irmã e meus sobrinhos já estamos aqui nesse ponto há 4 anos e pretendemos continuar com o negócio." Marta Gonçalves Neves, pipoqueira.

Irmãs Marta e Daciony trabalham juntas no "Pipoca da Riachuelo"

Em 2012, Marcelo Glicério (33) deixou o antigo emprego em um posto de gasolina e resolveu se tornar seu próprio patrão. No inicio do ano seguinte, em sociedade com a esposa Nancy e com o seu primo Carlos, lançou o "Espetinho da Marechal", no cruzamento entre a Marechal Deodoro e Avenida Getúlio Vargas.

Alguns vendedores reclamam da queda nas vendas por conta da crise

O aposentado José Dias (63) há 11 anos trabalha vendendo cachorros-quentes na Avenida Getúlio Vargas. Apesar de ser um complemento de renda, o aposentado leva muito a sério sua ocupação e atende sua clientela entre terça-feira e domingo.

"Eu trabalho desde os 12 anos de idade e quem acostumou a vida toda a trabalhar não consegue ficar parado. Além disso, só o dinheiro da aposentadoria não dá, então eu comecei a fazer e vender hambúrgueres e cachorros-quentes há uns 11 anos. Atualmente, eu trabalho só com cachorro-quente", detalha José.

José dias vende cachorros-quentes na Avenida Getúlio Vargas diariamente

"As vendas não estão lá muito boas ultimamente. Está difícil, mas não é sobre pra mim. Está difícil para todo mundo nesse país."

José Dias, aposentado e vendedor de cachorro-quente

Inovação que gera aumento de vendas

William alves (30) chega a vender mais de 100 sanduíches por dia, além de bebidas e espetinhos. Desde que comprou o negócio que pertencia ao seu irmão, William só tem aumentado as vendas: "Eu sempre tento inovar, com um lanche novo, uma promoção diferente para vender mais. Em um dia normal da semana, eu costumo vender cerca de 90 sanduíches. Durantes as sextas-feiras e sábados, as vendas chegam na casa dos 130 sanduíches. Em alguns dias, eu só não vendo mais pela limitações do tamanho da chapa, mas já estou resolvendo esse problema para conseguir vender ainda mais." Afirma William

Pensando em expandir o seu negócio, William já desenha o próximo passo. "Eu comprei uma Kombi que agora está sendo estilizada com a minha marca. Ainda nesse ano vou lançar meu food truck", conta o empresário.

"O meu food truck terá como diferencial um sanduíche maior e com melhor custo beneficio que a maioria dos que estão nesse ramo na região. Já estou treinando um amigo para ficar no food truck e eu continuarei aqui na minha base na Getúlio Vargas".

Crescimento contínuo

Uma pesquisa realizada em todo o mundo durante o ano de 2015, pela Nielsen Global, mostra que o brasileiro é o que mais consome comida fora do lar em toda a América Latina. Segundo a pesquisa, 51% dos brasileiros comem em restaurantes pelo menos uma vez por semana, contra 41% na América Latina como um todo. A quantidade dos que comem lanches na rua é ainda maior e mais frequente. A alimentação fora do lar já representa 33% de todos os gastos das famílias brasileiras com comida. Em 2002, essa relação era de 24%. Entre os anos de 2002 e 2017, a venda de comida em bares, restaurantes, redes de fast food e nas ruas sempre teve aumento.

Mesmo com a crise econômica nos últimos anos, não houve queda no setor, ele apenas deixou de crescer, como nos quatro primeiros anos dessa década, mas se acredita que o aumento será mais acentuado nos próximos anos. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) prevê a volta do crescimento já em 2018: "A previsão é que a tendência de crescimento continue nos próximos anos e em 2025 a alimentação fora de casa represente 40% dos gastos com comida”, explica Luciano Bartolomeu, diretor executivo da Abrasel-PR. .


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